Em um tempo em que a comunicação era feita quase que exclusivamente boca a boca, Jesus alertou-nos para o fato de que havia algo por trás de nossas palavras que poderia ser ainda pior do que elas: o coração. Ele disse: “a boca fala do que está cheio o coração.” (Mateus 12:34)
O que dizemos é simplesmente uma expressão do que somos. Os tempos mudaram, a comunicação mudou muito, mas o coração…
Antes que você pense algo errado, vou deixar claro, não estou falando contra o Facebook ou qualquer outra ferramenta de comunicação moderna; afinal, a ferramenta é isto mesmo: só uma ferramenta. Mas em tempos de “redes sociais”, o aumento da eficiência e da rapidez da comunicação parece estar tornando cada vez mais explícito o problema do coração das pessoas.
O que tem me causado certa surpresa é ver a maneira como as pessoas estão usando as redes sociais. Se o que dizemos (ou curtimos, ou compartilhamos) é expressão do que somos, estou preocupado com o que somos.
Quando vejo jovens cristãos compartilhando coisas de conteúdo malicioso, palavrões, atitudes desrespeitosas, egoístas, fico preocupado. Mas tenho visto alguns que vão até além disso, fazendo publicamente o que nem em um grupo fechado é correto fazer.
Louvamos a Deus juntos e cantamos sobre a comunhão e, meia hora após o culto, alguém posta uma crítica a um irmão ou a um líder sobre ele na igreja. O que nem sempre se tem coragem de falar pessoalmente é falado publicamente numa rede social. O que não dizemos claramente é insinuado de maneira dissimulada na rede.
Claro que não estou dizendo que por ser cristão você só pode usar o Facebook para colocar versículos e mensagens cristãs. Nada de errado em falar das coisas comuns da vida, de nossos gostos musicais, ou qualquer outra coisa de nossa cultura ou da vida pessoal. Mas os mesmos princípios de dignidade, respeito, amor e santidade que a Bíblia nos aponta na vida pessoal têm que ser expressos também em nossos “perfis”.
Se a Bíblia me diz que não deve sair de minha boca nenhuma palavra torpe (Efésios 4:29), que tipo de linguagem devo usar nas redes sociais? Se tenho que zelar pela comunhão, como posso promover divisões na rede?
Tiago nos diz muito claramente: uma mesma fonte não pode produzir água doce e salgada (3:12). Mas, por favor, nem pense nessa minha palavra como uma censura. Censura ou legalismo só muda o exterior. É preciso ir muito além. É o coração que precisa ser mudado. Do contrário seremos apenas fariseus conectados.
Não adianta bloquear o pastor para que ele não veja o que você compartilha com os amigos mundanos. Ou criar um perfil para falar com as pessoas fiéis e outro para os mundanos. Hipocrisia cibernética não é solução. Também não será solução ficarmos patrulhando e julgando uns aos outros.
Só espero com este texto alertá-lo, ou relembrá-lo, do ensino de Jesus: “a boca fala do que está cheio o coração”. Como está seu coração?
Fonte: http://diferenteeusou.com
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